domingo, 16 de setembro de 2012

A melhor idade



A verdade é uma só: a vida fica bem melhor depois que a gente cresce!Tudo bem que sempre tem aquela história de querer voltar a ser criança quando as coisas apertam um pouco mais, quando suas preocupações não se resumem mais a “a qual grupo vou pertencer na escola”, quando você responde pelos seus atos, e não pode mais ficar em aba de pai nem mãe, quando você precisa arranjar um emprego, quando começa um namoro ou quando te apresentam uma coisa chamada monografia. É você lutando por si mesmo. É claro que sempre tem aquele apoio da família e dos amigos, mas você é o ator principal, e sem você não existe cena.

Chega uma hora em que você para pra pensar em quem realmente é, e compara com o que gostaria de ser. Às vezes, dá vontade de sair correndo e chorar, berrar, espernear até perder a força, porque você descobre que já perdeu um tempão com um monte de bobagem, alcançou uma certa idade e ainda não conseguiu ser nem metade do que gostaria.Não passou nem perto disso!E depois da crise existencial você pensa de novo e vê que não vai servir pra muita coisa ficar reclamando. Até suas lágrimas precisam ser poupadas, afinal você não tem muita coisa e nunca se sabe o futuro, vai que um dia você precisa delas?!Brincadeiras à parte, a gente percebe que pra conseguir alguma coisa tem que pôr o pé na estrada e batalhar. Com força, com garra, com fé, mesmo que existam dias em que o desânimo pega a gente de jeito.

Mas também tem o lado bom, já que nada na vida é feito só de flores tampouco de dissabores. Depois da infância, em que a gente quer ser igual às outras crianças até o último fio de cabelo, e da adolescência em que tudo o que a gente quer é ser diferente (leia-se notado), chega um momento em que o que queremos de verdade é ser a gente mesmo. Sem imitações, sem complexos, sem preocupação com o que os outros vão pensar. Enfim, a gente aprende que  pode até ser o melhor que pode, mas enquanto fizer as coisas para mostrar aos outros, nunca será feliz de verdade. Porque a gente só é feliz quando consegue parar de se cobrar sem limites e aproveitar o que temos a possibilidade real de oferecer. A gente só vive em paz quando transparece, quando carrega no peito a alma desnuda, sem neuras, aceitando as particularidades da nossa vida, que nos fazem tão distintos, sem deixar de se assemelhar.

Um belo dia (e é belo mesmo!) a gente descobre que aprendeu a se amar e caiu na real de que bom mesmo é viver sem esquentar a cabeça com a opinião alheia, e que aquilo que nossos pais sempre disseram sobre ter vida, saúde, casa e comida é mesmo um grande motivo para se agradecer. Já existem regras suficientes pra ficar criando outras desnecessárias. Quanto mais livre melhor, quanto mais tranquilo, mais qualidade de vida. No dia (o belo dia) em que a gente se aceita, fazemos as pazes com a pessoa mais importante do nosso mundo. E passamos a achar bonito o que é só nosso. Um cabelo meio rebelde, um nariz meio torto, uns quilos a mais (ou a menos),umas sardas no rosto,um jeito meio engraçado de falar, um sobrenome ou a história da vida.Quando crescemos e chegamos na melhor idade, descobrimos que a vida pode ser muito melhor do que a gente achava quando criava problema por tudo.Mas, certo é que precisávamos mesmo pensar diferente pra amadurecer e mudar de opinião.Tem gente que diz que a vida começa aos 30, outros aos 40, 50, 60.E dizem que depois dos 20 o tempo voa.Deve ser porque a partir daí as coisas só melhoram, já que tudo o que é bom dura pouco.

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