domingo, 27 de maio de 2012

Vivendo e aprendendo



Certas vezes, a gente descobre que não sabe nada do que achava que sabia. A gente descobre que não sabe mesmo é de nada!

Quem é que, por mais adulto que fosse, ou por mais velho que estivesse, nunca teve dúvida sobre o que deveria fazer naquele momento?Quem é que sempre teve todas as respostas na mão, mesmo depois de tantos anos de experiência?Quem nunca sentiu um aperto bem forte no coração, por medo de tomar a decisão errada?E quem é que nunca viu caírem por terra suas certezas, tão bem construídas e alicerçadas?

Para aprender não tem idade. Para ensinar também não. Achamos que somos donos do mundo e da verdade, e que estamos sempre certos. Ás vezes falta ouvir. Às vezes falta boa vontade para compreender. E às vezes falta coragem para deixar o orgulho de lado e dizer: ”Não, eu não sei tudo!”, ou: “Sim, eu estava mesmo errado!”.

Por que será que é tão difícil retirarmos a máscara protetora da qual nos valemos para mostrar ao mundo que podemos tudo, e reconhecer nossas limitações? E mais ainda: reconhecer que as pessoas podem ter algo de bom a nos acrescentar. É que se tornou doloroso nos mostrarmos tal como somos, porque a sociedade não tem espaço para os “fracos”. O mundo não tem tempo para trabalhar aquilo que não está tão bom e, por isso, o que não está pronto é descartado, como um objeto usado que já não serve mais. Assim, cada um se agarra ao que pode para não ser vítima da desaprovação alheia, e todos querem estar sempre um passo à frente.

Há coisas para as quais não existem parâmetros. Quem pode dizer que uma criança não sabe o que diz apenas pelo fato de ser criança? Não raramente, elas nos surpreendem com sua sinceridade e inteligência, aquelas que perdemos ao longo dos anos, por nos fantasiarmos em excesso ao tentar nos assemelhar aos demais. Qual é o pai ou a mãe que nunca teve que usar de sua autoridade para desvencilhar-se de uma discussão com seu filho porque, simplesmente, não tinha argumentos para rebatê-lo?

Ouvir o outro é ir ao encontro de sua própria natureza, que lhe deu dois ouvidos e uma só boca. Como bem dito em um provérbio árabe, dois dos cinco degraus para se alcançar a sabedoria são calar e ouvir. Ao ouvir, raciocinamos mais e corremos menores riscos de nos enganar. Ouvindo, aprendemos com as experiências dos outros, agregando-as ao que já conhecemos.

Abrir-se ao novo e despir-se de conceitos imutáveis é uma maneira de viver com a leveza e a coragem que a vida pede, dando a nós mesmos o tempo necessário para que, o que antes nos dava medo, se torne natural. Sempre é tempo de aprender, e só aprende aquele que se dispõe a ouvir. Às vezes, a peça que fecha o quebra-cabeça vem de onde menos esperamos, e quem acha que sabe tudo, no fim das contas acaba por não saber nada, pois se fecha em suas concepções e em seus preconceitos, impedindo o seu próprio crescimento. Subestimar o outro é a forma mais equivocada de se autoafirmar.

Não tem coisa mais certa que ditado popular. Criados a partir de uma situação real, vira e mexe algum se encaixa como luva em um acontecimento cotidiano. Nesse contexto, é inegável que o mundo é mesmo de quem se atreve, e quem acha que tem o rei na barriga acaba por dar com os burros n’água.

Um comentário:

Alan de Oliveira lopes disse...

Jessica ta de parabens meu anjo, adorei seu texto no, Serio mesmo acho que escreveu se referindo a mim viu rsrsrsr, ta de parabens continue assim, Beijos.