sábado, 4 de fevereiro de 2012

A dor de amar



Hoje abri a conta da Cemig e depois de olhar o valor, fechei-a, como de costume. Dei de cara com fotos de pessoas desaparecidas, que são divulgadas ali devido ao grande alcance popular que terão, e comecei a imaginar como deve ser triste perder um parente por desaparecimento.

Que Deus me perdoe, mas, sinceramente, por mais que doesse, preferiria ver doente, ou ver o corpo, ou ver de qualquer outra forma.Mas, desaparecido deve ser realmente triste.Deve crescer no peito de cada um que espera por aquele ente, a esperança mais amargurante que existe.Tem até aqueles que desistem de esperar com o tempo, mas sei que mãe, por exemplo, não desiste nunca.
E não deve ter nada mais difícil de viver ,que amanhecer a cada dia ansiando  por um desfecho diferente, e ir dormir sem uma só notícia que seja, ou palavra de consolação, preparando-se para começar tudo outra vez no próximo dia.A ansiedade consome qualquer alma, qualquer alegria, qualquer ânimo, qualquer saúde e qualquer felicidade.

Engraçado, porque tudo desaparece de nossas vidas um dia. As roupas se perdem, o dinheiro é consumido, a beleza desvanece, o tempo passa, as pessoas seguem seus caminhos, os pensamentos se modificam. A própria a vida um dia acaba. Mas alguém que desaparece é uma dor que pesa nos ombros dia após dia. Não saber que rumo tomou alguém que você ama muito é uma das maiores feridas que se pode abrir no coração, porque jamais cicatriza,sempre na iminência de um final feliz.



“E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá...”


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