Alguém já te disse que quem
cala vence?Esse foi o conselho que recebi esta semana da minha avó. A avó de
uma amiga já deve ter até patenteado a frase, de tanto que usa. Coisas de avós...Ainda
antes de ela falar , já acreditava que fosse verdade, porque no fim de todas as
situações pelas quais passamos, falar demais e discutir com os outros é
simplesmente inútil.
Nunca achei que abaixar a
cabeça para o que está errado fosse uma coisa certa. Pra mim, a gente tem o
direito e o dever de fazer alguma coisa diante da injustiça. Não é pra querer
virar super homem ou mulher maravilha e salvar a pátria, é pra tentar mudar o
que estiver ao seu alcance, em casa, na rua ou no trabalho. Não creio que está
correto ter que se calar só porque quem está errado é alguém superior a você,
em virtude de alguma convenção social. Se é seu pai, sua mãe ou seu chefe, não
importa, afinal, expor uma opinião diferente não exige que o respeito saia de
cena. Ele, inclusive, é um grande aliado na hora de tentar qualquer manobra
mais arriscada.
Mas, de uns tempos pra cá,
percebi que em certos momentos o melhor mesmo é a gente se manter calado. Não
por submissão, por medo ou por comodidade, mas porque é melhor assim. Melhor,
porque você tem a oportunidade de ouvir o outro lado e ver as coisas pelos dois
lados. Melhor, porque a gente evita desgastes e desentendimentos completamente
desnecessários,e porque o seu silêncio pode acabar fazendo a pessoa pensar duas
vezes, ainda que ela não deixe isso transparecer.Contra quem não quer ouvir e
nunca está disposto a mudar de opinião, nem os mais brilhantes argumentos do
mundo vão surtir algum efeito.
Nesse caso, é mais sensato
se abster de concordar ou discordar e apresentar suas convicções a quem vai, no
mínimo, escutar o que você tem a dizer. O que não tem remédio, remediado está,
já dizia o antigo provérbio. Quem não sabe a hora certa de se calar, perde
tempo e sossego à toa. Ganha quem sabe olhar para as razões do outro e tira
algo de positivo para levar pra sua vida. Vitorioso é quem não planta suas
flores em jardins de terras inférteis, já que não adianta tentar conversar se a
outra pessoa não quer. Tem hora que a gente ganha mesmo muito mais ficando na
nossa, de boca fechada e com o cérebro e os ouvidos bem abertos. Quem cala,
vence. Assim, simples e objetivamente.
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